AMOR-PEREGRINO

Vênus, planeta que versa sobre harmonias, casamentos e prazeres, não fica confortável em Gêmeos. Não é o lugar da disposição das paqueras librianas ou das sustentações taurinas. Também não fica tão desconfortável. Nem chega perto de alcançar o nível de desafio dos exílios arianos e escorpianos. Logo, peregrina se torna. Mas, veja bem, esse teor de “estrangeirismo” não se atropela com a curiosidade que movimenta Gêmeos.

Em termos menos “astrológicos”, Vênus em Gêmeos fala sobre alianças e prazeres que são realizados no papo ligeiro. Sabe aquela troca fluida em que o toma lá dá cá funciona? Não se alimentam desconfianças profundas e tão pouco um interesse em trabalhar os extremos. Não, isso já seria um romance mais aquoso ou sagitariano, respectivamente. É um afeto mais leve. Tão leve que voa como uma pluma. E, por conta disso, pode não ser para todo mundo – como qualquer Vênus, cabe dizer! 

Isso por Vênus em Gêmeos querer um amor para brincar e brindar ao mesmo tempo. Algo que não seja duro e contratual demais. Que seja passível de oscilar entre templos, rolês, ringues, cinemas, aventuras no mato e cafés coloniais. Entende? Se não entendeu muito, é porque está quase lá. Se entendeu demais, é porque já se perdeu de Gêmeos. Pois quanto mais se acreditar “delimitar” o que Gêmeos é mais longe fica. Então fiquemos assim!

Enquanto a Vênus em Gêmeos perdurar, desconfie de um amor que não te faça rir. 

Texto por Bruno Ueno