Amor como flecha
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Poderia chegar aqui e dizer que o afeto em Sagitário, neste momento, será a costumeira declaração enérgica e aventureira dos anos anteriores. Um texto que possa ser até repostado em outros anos. Mas não é isso. Não mesmo. Esse vai ser um ano diferente. Cerca de uma semana atrás, Júpiter retornou para Peixes. Agora, Vênus está em Sagitário. Ambos se observam, ainda distantes. Por um lado, Júpiter está exaltado em uma fé sutil, emocionada, profunda. Faz da fantasia parte do Real. Enquanto a Vênus em Sagitário, peregrina em um solo seco, mas animada e ávida pelo desbravamento. A cada dia que passar, Vênus se defrontará com Júpiter. Isso não é ruim. Mas coloca uma nova condição para os afetos: uma certa Temperança. Ela mesma, a virtude que encontramos nas cartas do Tarô. Um amor temperado não é um amor frio. Pois isso tiraria o seu vigor e vontade. Só que também não é um amor fervente. Pois as queimaduras afetivas podem não se fazer sentir num primeiro momento, mas deixam um registro de dor e latência depois.
Existe um caminho de grandeza entre a umidade e secura, o frio e o calor. E é nesse limiar, delicado e animado, sonhador e realizador, que a Vênus percorrerá. Veja só, são tempos de se acreditar fazendo. E de se fazer acreditando. Consegue sentir? Nessa dança de fogo e água, permita-se entender que o caminho é grandioso. Nisso, pode vir o incômodo: “e se eu não couber em tamanha aspiração?”. Marte fará oposição à Vênus. A desavença, o conflito, o corte. A superficialidade e o surto de boicote de Si ou alheio que ameaça o terreno fértil dos prazeres. Te digo que, com tantas histórias que já escutei, parte do segredo do que chamam de felicidade parece estar em uma atitude quase exagerada perante a vida. Isso não quer dizer destemperada. Mas talvez provocativa com o Real. Nesse paradoxo de meios e (felizes) exageros, seguiremos.
- Texto por Bruno Ueno