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Vênus e Marte serão os últimos errantes celestes a encontrarem Saturno, fora a Lua, neste ano. Em 2020, Júpiter passou pela foice. Recentemente, Sol e Mercúrio sentiram o frio de seus próprios limites. Nosso governo e nossa forma de comunicar já não procedem mais da mesma forma. Que dirá a forma de ver a justiça e a fé!
Saturno desafia as bases mais profundas daquilo que firmamos nossas decisões e responsabilidades. Procura questionar: “ok, mas você sobreviveria com isso?”. Existe melancolia, tom cinzento e certo amargor na poética saturnina. Ainda assim, uma vívida necessidade de sua presença para a nossa vivência total dos eventos. É a compreensão da própria perenidade de si. É o valor que damos aos nossos ossos. E às sabedorias mais ancestrais, sobreviventes a tantos governos, templos e códigos. É o teste do próprio Tempo.
É chegado o momento de avaliar: quais afetos e tensões eu assumirei para mim? Em Aquário, questiona-se a nossa relação com a coletividade e com a abstenção de luxos e hierarquias. Existe um forte mentalismo também. É difícil que nos conectemos com quem não partilha, minimamente, um fluxo de ideias, discursos, idealizações.
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“A gente e faz amor por telepatia. No chão, no mar, na lua, na melodia” (Rita Lee, Vênus em Aquário).
Esbarrar continuamente neste fluir pode gerar desgastes profundos. Mas, antes de tudo, é preciso entender também o que se espera de um relacionamento. Tanto afetivo, quanto de guerra. Afinal de contas, nem toda harmonia e nem toda discussão vale a pena ser abraçada.
E esse será mais um desafio do período, cujo encontro dos planetas ocorrerá entre o fim de Março e começo de Abril. Mas veja só: depois da compreensão dos limites e responsabilidades, Vênus e Marte partirão para encontrar Júpiter em Peixes. O grande benéfico da astrologia. O fertilizador. Depois de todo Inverno, uma primavera. Confie nos ciclos.
texto por Bruno Ueno