
Farol das Montanhas
Tem verdades que são duras e secas de engolir. São como momentos nos quais caminhamos por um longo caminho íngreme. Com poucos recursos. Com poucas companhias. Com pouco conforto. A falta implica em um espírito resiliente. “Vou sobreviver”. Sabe-se da própria capacidade de sobreviver por entender que não existe amargura que dure o Tempo todo. “Tudo passa”. Ainda assim, uma vaga noção pode assaltar em seguida. “Mas nada perdura em completude para sempre”. Por vezes, tamanho realismo é uma via de acesso ao onirismo. É a latência sensível perante o pragmatismo das Terras. Como alguém que de tanto forçar os olhos para enxergar direito passasse a distorcer e trazer outros elementos para a dita realidade.
Quantos dedos tenho nessa mão? 5, 6 ou 7?
Sol está em Capricórnio, signo de Saturno e Marte. Noturno, terrestre, cardinal. É preciso cuidado para não escoar no simplismo do “dinheirista”. E entender que se alguém de Capricórnio fica mais retido em questões financeiras, é por entender que a falta está sempre avizinhada à vida vivida. Logo, é melhor se precaver. Aos olhos de quem está distante poderá parecer mesquinharia. Para quem vive os processos de dureza saturnina, é uma questão de sobrevivência.
Nesta fase do ano, passamos a nos deter mais com aquilo que assumimos como caminhos de montanha que desejamos subir. É uma ascensão corajosa, mas também dotada de responsabilidade e resistência. Para tanto, alguns confortos poderão ser segurados no momento. Em prol do futuro. Em prol da sustentação de si e das relações.
Quem não se compromete com nada não pode pedir que o Mundo se comprometa consigo.
Sol em Capricórnio até dia 20/01.
- Texto por Bruno Ueno