Os últimos respiros de Sol em Touro serão mais profundos e densos do que o costumeiro. Atravessando a estrela-fixa Algol e com a Lua em Capricórnio no Céu, a petrificação é certa. E existe beleza também nesse tipo de poética. Pois, tirando os nossos olhos, os astros andam vibrando entre chamas, ventos e maremotos. Ainda assim, insistimos em querer nos segurar nas margens das correntezas. 

É preciso saber se soltar.

Só que existe uma sensação que nos congela antes de um movimento mais arriscado. É aquele frio que percorre a espinha antes de saltar do trampolim. É a ansiedade que nos toma conta quando o carro da montanha russa está prestes a descer. É a angústia repentina quando nos damos conta daquilo que não nos serve mais e que estamos nos preparando para tomar uma atitude mais definitiva. 

Não existe coragem sem um bom tanto de medo.

Não existe liberdade sem um bom tanto de petrificação prévia.

Até o final da sexta-feira, o Céu se encaminhará para a despedida prévia dos nossos aterramentos atuais. O final de semana promete ventos ainda mais fortes com a entrada de Sol em Gêmeos e Lua em Aquário. Para quem tem a Terra como mãe, paciência e se deixe voar um tanto. Em breve, o pouso ficará visível. Talvez um pouco mais longe do que você imagina. E isso poderá ser bom. É isso que desejamos.

Texto por Bruno Ueno