art 5dock_dd – reprodução do instagram
Perto da Morte, um filme passa através dos nossos olhos. E, assim, todo processo de finitude é acompanhado pelo mergulho profundo sobre o que poderia ter sido, mas não foi. As escolhas. As errâncias. As dúvidas. Os arrastos. As revoluções. Encerrar é também sobre reforçar aquilo que pudemos ser, dentro dos nossos limites. É sobre assumir com coragem os caminhos escolhidos. E os não escolhidos.
Neste ano, começamos em tom carnavalesco. Júpiter em Peixes emanava fé, fertilidade e festa pelo Céu. Pode ser que a purpurina não tenha te alcançado. E tudo bem. Aqui estamos sob a poética celeste. Pode ser que para muitos foi um período de excessos e de mergulhos confusos no que estava rolando. Até o meio do ano, o tom mudou. Veio a secura. Os deveres. As guerras. Os boletos. Incêndios que deixarão marcas para os próximos anos. Ainda assim, para muita gente foi uma fase de impulso e otimismo. O clichê. Foi hora de fazer acontecer. Depois de agosto, contudo, o engessamento se fez presente aqui e acolá. E o fôlego pareceu que não ia dar. Mas deu. Pois o fim de ano reservaria giros de Rodas. Para nós, para Outros e para o Mundo.
E cá estamos. Frente ao uma nova virada de página. O ano novo astrológico não começa agora, de fato. Mas o Réveillon é um rito simbólico, social e potente para muita gente. Você pode até fugir, mas não pode negar que sua vizinhança estará revisando seus meses e fazendo listas para o próximo ano.
Deixe-se levar. Do seu jeito. E aproveita esse começo de ano para mergulhar na linha tênue entre a fantasia do que poderá ser e o chão do está sendo. Entre um e outro, esperança.
- Texto por Bruno Ueno