30 ANOS, ASCENDENTE E CULTURA
art por @virginiecognet – reprodução do instagram
Já ouviu falar que a partir dos 30 anos passamos a manifestar mais o nosso signo Ascendente? Lá no fundo, acredito que todo conhecimento comum, mesmo quando impreciso, alcança o perímetro de um certo fato.
A resposta é “não”. Mas a questão abre uma análise. Cada mapa natal carrega em si uma série de condições destinatórias: o humor, a projeção pública, a saúde. Um temperamento. Uma forma de regulação interna disposta por harmonias e conflitos. É muito difícil atender um mapa que não tenha suas encruzilhadas internas. E um dos maiores conflitos que percebo em atendimentos é o de como essas contradições “impedem” a formação de um “eu-coeso”. Como alcançar a dita “integridade” sendo tão fragmentado? Culturalmente, para piorar, cada ambiente parece demandar um temperamento “ideal”. Ter cólera e fogo no esporte e nas disputas. Espírito de guerra! E carregar a melancolia necessária para o estudo prolongado. Espírito de ponderação! E também dançar com os ventos para as trocas e comunicações. Espírito sociável! Nisso, parece que estamos sempre em “falta” com algum ambiente. A demanda externa de como “ser” parece distante do que fazemos, especialmente nos primeiros ciclos.
art por @virginiecognet – reprodução do instagram
E veja só, uma criança já “é”. Uma adolescente também “é”. E você também “é”.
Nunca deixamos de manifestar nosso mapa. A cada ano, pontuamos com mais força um ou outro lado dele. Quem já fez um bom atendimento sabe. Mas o nosso temperamento está sempre lá. E, mesmo em mutação, segue um tanto longe de um modelo perfeito. Por vezes, a questão dos 30 anos é que, para uma parte das pessoas, passamos a conflitar menos com a nossa assinatura. Assumimos o desejo, a errância, a performance.
Não precisamos mais “ser o ideal”. Bastaremos em “ser”.
Texto por Bruno Ueno