A DESPEDIDA DO CÁRCERE 

As últimas três semanas não foram moleza.

Lua Nova e Lua Crescente aconteceram em pontos de fragilidade. Agitaram sensações de autoboicote, inimigos, loucura, vícios e aprisionamento. Mesmo para quem teve dias tranquilos, deve ter notado o entorno mais tensionado do que nos meses anteriores. E agora, Lua e Sol se estranham antes de um novo ciclo. Mas, dessa vez, estão visíveis (Ascendente/Casa 4). Isso implica em um clima mais “olhos bem abertos” em relação às questões do nosso cotidiano social, político e íntimo. Problema é que: a Minguante se fez num limite entre signos. E creio que isso diz muito sobre quando saímos de um certo aprisionamento.

Chega um certo momento em que já estamos a tanto tempo dentro de um circuito vicioso que não lembramos mais da vida antes do aprisionamento. Hábitos que vão se cristalizando. Companhias duvidosas que vão se firmando. Contextos destrutivos que vão se naturalizando. Ainda assim, sentimos um desconforto. Uma sombra. Uma voz sussurrada. Um sinal. Em defesa, afundamos isso ainda mais lá no fundo de nós. “Cale-se. Me deixe viver”. E quanto mais afundamos, mais opaca a mensagem fica. Até um dia em que, sem sabermos, ela retorna. Audível. Forte. Irrefreável.

Esse é o limite.

Lua Minguante em Peixes. E é hora de limparmos nossas piscinas internas dos resíduos poluentes e desgastes dos últimos dias. Com a entrada do Sol em Câncer, é também hora de sermos mais gentis com nossa saúde emocional. Velhas receitas não vão produzir novos remédios.

Texto por Bruno Ueno