Silêncio entre o mangue e a montanha
art @cromeola.illustrations – reprodução do instagram
Uma corda se estica entre os olhos e as percepções do Mundo. Câncer, signo do mangue, segue no Sol, esclarecendo nossos espaços de cuidado e conforto. Capricórnio, signo da montanha, está na Lua, endurecendo a nossa percepção de corpo e memória. Os dois signos não se olham e nem se escutam. Entre o ponto mais baixo e fértil (Câncer, signo da Lua) e o ponto mais distante e duro (Capricórnio, signo de Saturno), o silêncio.
Assim como descrevemos na Lua Nova, a fase Cheia deste período fala sobre aquilo que construímos e levamos conosco em nossas rotinas e peregrinações. Não falo só das memórias e alianças, como também de tudo que temos. Roupas, móveis, livros, aromas, decorações, alimentos. No silêncio desta Cheia, fica essa dúvida dupla: até que ponto estou me deixando confortar por aquilo que não me cabe mais? E será que não existem desconfortos que me deixo estar que não mereceriam uma certa revisão? Neste jogo duplo, algumas ambivalências poderão se levantar. Certos desejos, espaços e coisas habitam tanto no conforto quanto no desconforto. Logo, a negociação se tornará mais intensa e extensa.
Esses dilemas permearão os dias até o fim da Lunação. No dia 28.07, um novo portal se abrirá, expandindo a coragem e a conquista. Para tanto, é preciso entender o que levar para fora de Si. E qual o espaço que deseja retornar e chamar de “lar”.
Texto por Bruno Ueno