O caminho soturno que leva ao Escorpião

Lá no fundo, temos uma certa preferência. E, não nego, gosto de atender quem carrega um bom tanto de Escorpiões. Existe um temor/destemor que não os impedem de caminharem por caminhos tortos e escuros, dignos de um found footage lado B. Isso não é regra. Mas a quantidade relevante de casos é notável.

Escorpião é o signo que supera a diplomacia libriana. Abre mão da Balança e institui uma verdade acobertada pelos discursos leves do signo anterior: “guerra só se ganha guerreando”. Em oposição ao Touro, signo também conhecido por pastar entre prazeres e confortos, Escorpião é a vívida resiliência em terreno espinhoso. Por conta disso, traz uma poética que vê beleza no espinho, clareza no esconderijo e estratégia no silêncio.

Por ser um signo de Água, vai preferir a compreensão por meio da sensibilidade, da intuição e dos sonhos (ou pesadelos) do que por tudo que se avista de forma ligeira e fervorosa. Nesse ponto, se distancia das guerras de Áries. 

Costumo dizer que lidar com Escorpião é aceitar dispor o corpo e o espírito em uma piscina junto a ele. E deixar que os medos, as entrelinhas e os não-ditos se espalhem pelas águas se tornando textos para a compreensão do lacrau.

Por outro lado, Escorpião apresenta como fragilidade uma perigosa convicção de declarar guerra onde pode, por vezes, só existir um pasto mesmo. O delírio persecutório mancha toda a piscina, impedindo que se tenha uma maior percepção da realidade. Logo, Escorpião também precisa de doses maciças de segurança, de afeto e de ajustes da própria bússola.

Sol em Escorpião até 22/11

  • Texto por Bruno Ueno